Na última segunda-feira, 14 de abril, a Arquidiocese de Juiz de Fora celebrou um marco histórico com a inauguração do Monumento Comemorativo do Centenário da Diocese. A cerimônia aconteceu às 17h, em uma data significativa: os 63 anos da elevação da então Diocese à categoria de Arquidiocese. O evento foi presidido pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e contou com a presença de membros do clero, autoridades civis e representantes leigos. 3y74f

Olhar com gratidão, caminhar com esperança

Durante a cerimônia de inauguração do monumento, o Pastor Arquidiocesano ressaltou a importância do gesto como memória viva da história e compromisso com o futuro. “O marco olha para trás, comemorando publicamente, mas também lança nossa vista para o futuro, para dizer que aqueles pósteros contemplarão este monumento, sabendo que Deus agraciou essa cidade, essa região com a Diocese, e que essas pessoas trabalharam tanto e continuarão a trabalhar pela causa de Cristo”, destacou.

O rito litúrgico contou com a leitura da Palavra, conduzida pelo Monsenhor Luiz Carlos, com uma breve reflexão ministrada pelo Arcebispo Emérito de Sorocaba e filho da Diocese de Juiz de Fora, Dom Eduardo Benes, bênção do monumento e explicação do significado de seus símbolos.

Com dois metros de altura, o monumento foi concebido para expressar em sua materialidade a essência da caminhada de fé da Igreja em Juiz de Fora. Seu design é composto por três elementos simbólicos: um bloco de mármore representando a instituição da Diocese, um bloco de concreto que remete à força e presença do povo de Deus, e uma medalha de pedra-sabão unindo ambos — com a imagem do Cordeiro Pascal e o lema do centenário: “Fazei de nós um só corpo e um só espírito” (cf. Ef 4,4).

O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e pela Prefeitura, e teve sua pedra fundamental lançada no dia 1º de fevereiro de 2024, no início das comemorações centenárias. A iniciativa é, segundo Dom Gil, “um sinal público da ação de Deus nesta Igreja Particular e da perseverança do povo católico ao longo de um século”.

Uma história edificada pela fé

Ao final da cerimônia, foi relembrada a história de criação da Diocese de Juiz de Fora. Esta remonta aos esforços de Dom Silvério Gomes Pimenta, então Arcebispo de Mariana, que sonhava com uma nova circunscrição eclesiástica para atender melhor ao Sul de Minas. Após seu falecimento em 1922, o projeto foi encampado por Dom Helvécio Gomes de Oliveira, que atuou diretamente junto à Nunciatura Apostólica para tornar realidade a criação da nova Diocese.

A Diocese foi oficialmente instituída em 1º de fevereiro de 1924 pela Bula Ad Sacrosancti Apostolatus Officium, do Papa Pio XI. Dom Justino José de Sant’Ana foi nomeado o primeiro bispo, e sua chegada em 1925 marcou o início efetivo da nova estrutura eclesiástica. Durante seu episcopado de 33 anos, importantes obras foram realizadas, como a fundação do Seminário Diocesano Santo Antônio, a criação do jornal O Lampadário, o Patronato São José, além da realização de sínodos e congressos eucarísticos.

Em 14 de abril de 1962, sob o pastoreio de Dom Geraldo Maria de Morais Penido, a Diocese foi elevada à Arquidiocese pela Bula Qui Tanquam Petrus, do Papa João XXIII. A nova província eclesiástica ou a ter como sufragâneas as dioceses de Leopoldina e São João del-Rei.

Desde então, a Arquidiocese tem sido um pilar de fé, evangelização e serviço à população. Através das décadas, ergueu paróquias, capelas, escolas, centros pastorais e instituições de caridade, como a Casa da Criança Jacinta e Francisco, o Instituto Padre João Emílio, e a Casa Betânia, além de hospitais, ambulatórios e casas de acolhida.

As celebrações do centenário se encerram no dia 29 de maio, com o lançamento de um livro que contará, em detalhes, a trajetória centenária da Arquidiocese. A obra será um registro da missão evangelizadora da Igreja em Juiz de Fora, desde suas origens até os dias atuais.

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