Um grupo de seis padres da Arquidiocese de Juiz de Fora havia marcado, há um ano, uma peregrinação ao Vaticano por ocasião do Ano Jubilar. Pela providência divina, acabaram se tornando testemunhas de um momento intenso da fé católica: a despedida do Papa Francisco. 1j6361
O roteiro em Roma, que já incluía a agem pela Porta Santa das quatro basílicas papais — São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros — e prometia ser uma experiência marcante, ganhou um significado ainda mais profundo.

“É um momento ímpar para nossa vida, porque nunca pensávamos naquilo que aconteceu. A gente vê essa grande mobilização de pessoas vindas de diversas partes do mundo para participar do funeral do Papa Francisco. Isso mostra a Igreja presente nos lugares mais longínquos e distantes, nas periferias do mundo, e o quão importante ainda é a palavra da Igreja para o mundo, a palavra do Papa, o quanto ele ainda é uma figura que atrai olhares, aguça ouvidos. É um momento ímpar, um momento singular, triste para nossa Igreja, a morte do nosso pontífice, mas ao mesmo tempo de alegria por perceber que ela está viva, pulsa e ainda alcança muitos corações e mentes em todo o mundo”, contou o Padre Elton Adriane, pároco da Paróquia São José, em Bicas (MG).
Para visitar a Basílica de São Pedro no dia de ontem, 23 de abril, data da chegada dos sacerdotes ao Vaticano, foram necessárias quase cinco horas na fila para ver o corpo do Santo Padre. “Perceber hoje a universalidade da Igreja é algo que toca a gente, emociona muito. Onde o Evangelho chegou ao coração das pessoas. Ontem, nós permanecemos quase cinco horas na fila para entrar na Basílica, e, quanto mais tarde foi ficando, próximo da meia-noite, já havia uma multidão para visitar”, contou o Padre Everaldo José Sales Borges, Vigário Episcopal para Educação e Cultura e pároco da Paróquia São Pedro.
Enquanto esperavam, rezaram o terço com senhoras de diferentes origens: uma italiana, uma argentina e uma ucraniana. “Rezamos o terço e, em cada mistério, a gente cantava um refrão de um canto brasileiro. Elas também rezaram e cantaram conosco. Visitamos a Basílica, amos pela Porta Santa e participamos das exéquias do Papa Francisco com as pessoas que estavam lá rezando”, completou o Pe. Everaldo.
O Padre Kayo Cerqueira de Paiva, pároco da Paróquia São Sebastião, em Santos Dumont (MG), e assessor da Pastoral Catequética Arquidiocesana, destacou o propósito da peregrinação na esperança e contou como foi esperar na fila para o velório aberto do Papa Francisco. “Estou aqui, direto da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. Acabamos de ar pela Porta Santa, estamos aqui rezando um pouco pelo nosso arcebispo, por todo o nosso povo da Arquidiocese. Ontem, fizemos a experiência de ir à Praça São Pedro para, de lá, rezar também, entrar pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, rezar por todos da nossa Arquidiocese e visitar o corpo do nosso Santo Padre, o Papa Francisco. Ontem, enquanto esperávamos na fila, foi um momento de grande oração, de grande entrega, que foi finalizado com nossa entrada na Basílica de São Pedro e nossa oração diante do corpo do Santo Padre. Um momento de muita emoção que levaremos no coração”.

O Padre Liomar Rezende de Morais, ecônomo da Arquidiocese, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no Granbery, e diretor do Instituto Padre João Emílio, reforçou o propósito de oração pela Igreja particular e a inspiração no Jubileu da Esperança. “Trazemos no coração tantas e tantas pessoas que nos pedem, nos rogam oração, que estão conosco também, rezando por nós. Trazemos também o nosso desejo: quantos peregrinos já alcançamos neste Jubileu da Esperança, a renovação da nossa esperança, do nosso ministério, nosso oferecimento à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
O Padre Ivair Carolino, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Juiz de Fora, disse que este momento tornou ainda mais forte o exemplo de ministério do Papa Francisco. “Estou tendo a graça, juntamente com meus irmãos padres, de estar aqui em Roma, visitando as Portas Santas, fazendo essa experiência do Ano Jubilar. Não estava no nosso roteiro participar deste funeral, o qual nos levou a ver a realidade de um pastor. ar perto do funeral de Francisco nos fez recordar toda a sua missão na Igreja, uma missão que foi, literalmente, o Evangelho posto em prática: o Evangelho da acolhida, da misericórdia, que se abre a todos, porque todos têm um lugar na casa do Pai, todos têm um lugar na Igreja”, testemunhou.
“Estar aqui nestes dias rezando, peregrinando, renova em nossos corações o desejo cada vez maior de seguir e servir a Cristo na Igreja. Na Igreja de Juiz de Fora, hoje conduzida pelo pastor Dom Gil, temos essa missão de levar a mensagem de Francisco: o Papa do Evangelho, o Papa da acolhida. Que ele descanse em paz, e a missão da Igreja continua conosco. Que nós possamos, assim, à luz do Evangelho, à luz do testemunho do grande Papa Francisco, continuar nossos os na história, deixando a mensagem de paz e amor”, concluiu.
O Padre Gil Condé, pároco da Paróquia Bom Pastor, completa o grupo, que se encontrou com os padres Wellington Guimarães da Silva, Fernando Augusto Martins da Silva e Emerson de Assis Braz, que estão estudando em Roma.
*Colaboração: Rádio Catedral de JF