O Colégio Academia, de Juiz de Fora (MG), completa em 2021, 130 anos de existência, sendo tradicional cartão-postal da cidade e preservando a história. História essa, que começa a ser construída e contada em 1891. Com o nome de Sociedade Anônima Academia de Comércio era o primeiro Instituto Superior de Comércio do Brasil, voltado ao ensino comercial, sendo posteriormente esse ensino revitalizado e ministrado para crianças e jovens como é feito até os dias atuais. 1e2f13
Em entrevista à Rádio Catedral, o Diretor istrativo, João Luis Cotta, contou grandes momentos desses 130 anos. A começar pela criação do colégio. “Baptista de Oliveira, o fundador, se inspirou em uma Escola dos Altos Estudos Comerciais, de Paris. Além da inspiração filosófica de ensino, lá da França, ele traz o desenho arquitetônico do imóvel. O prédio que temos hoje, construído na rua Halfeld, segue o desenho que veio de Paris, em 1891, descreve ele.
A construção da Academia de Comércio de Juiz de Fora durou dois anos e meio. Da inauguração do prédio realizada em 1894, até os dias atuais, a instituição guarda fatos interessantes, como o internato apenas masculino, com a posterior divisão de turmas entre meninos e meninas ou de um tempo, conforme o Diretor João Luis, em que o latim era uma tarefa escolar obrigatória tanto em sala de aula, quanto nas atividades extracurriculares.
Um dos acontecimentos importantes, e que marcou a história de Juiz de Fora, foi a realização do primeiro procedimento de raio X no município trazido pelos padres que estavam à frente do Colégio. “ Os nossos padres eram pessoas muito estudiosas. Cientistas voltados a área da botânica, da física, da química. Um deles teve a oportunidade de trazer a máquina. Temos os relatos do jornal da época, que se chamava “O Farol”, que conta que um médico, para poder diagnosticar mais rápido uma menina que tinha fraturas no punho, solicita ao padre que faça a radiografia. Assim é feito e torna-se público o uso do raio X do colégio, explica João Luis.
Como referência marcante do Colégio, desde 2 de setembro de 1922, ano do Centenário da Independência do Brasil, os diretores da Academia de Comércio decidiram estabelecer o apito do meio-dia, conhecido também por “Hora Legal” para ser o controle oficial da hora em Juiz de Fora.
De segunda a sexta-feira o apito funcionaria para avisar a hora à população e todo o comércio. Já os trabalhadores das fábricas do setor têxtil, cadeia produtiva muito forte na época, entre elas, os operários da Companhia Bernardo Mascarenhas, ficavam atentos ao apito como ajuda para a marcação do momento do almoço.
Preservando e incentivando a preservação da história, o Colégio Academia possui dois importantes museus com valioso acervo para visitação e consulta, são eles o Museu de Etnologia Indígena e de História Natural, que reúnem um patrimônio de 30 mil exemplares.
No Museu de História Natural constam expostas 1.300 peças. Já no Museu de Etnologia Indígena, são 400 peças indígenas de etnias nacionais e africanas em exposição, além de 3.600 em reserva técnica, com acervo de peças oriundas de outras etnias, todas originais. De acordo com o Diretor João Luis, o Colégio guarda em seus museus uma réplica em tamanho natural de um crânio de um dinossauro que foi comprado na Europa por um dos padres da instituição. No entanto, nesse tempo de restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a visitação nos museus está suspensa.
No prédio do colégio Academia, encontra-se o sexto mais antigo teatro em atividade de Minas Gerais, fundado em 1929, com grande infraestrutura que remonta ao ado. O espaço foi restaurado e reinaugurado em 1995.
Segundo o Diretor istrativo, João Luis, o Colégio Academia possui o segundo coral de meninos cantores mais antigo do país, o Coral Matter Verbi. Os meninos cantores já se apresentaram em vários países e estados brasileiros. O grupo também já foi agraciado, por três vezes, com Bênçãos Apostólicas enviadas por Papas do Vaticano. “Nosso coral é bastante antigo, aproximadamente 68 anos. Foi criado por um padre muito afeito a música. Além disso, faz parte da federação dos coros do Brasil.”

Iniciado o projeto com o idealizador da obra Francisco Baptista de Oliveira, em seguida ele colocou a instituição a disposição dos padres da Companhia de Jesus, os Jesuítas. No entanto, foram os sacerdotes Salesianos que ficaram no comando durante um ano. Já em 1901 a Congregação do Verbo Divino assumiu os cuidados do prédio e com a educação na cidade.
Na entrevista, o Diretor destacou que são 130 anos de história preservada do Colégio Academia de Juiz de Fora e que hoje é contada visando sempre a formação futura dos estudantes, mesmo em um tempo diferente e cheio de desafios como esse que vivemos da pandemia.
Uma Celebração em Ação de Graças pelos 130 anos do Colégio Academia deve acontecer em breve, assim que a situação da pandemia estiver mais controlada em Juiz de Fora. O Colégio está localizado no alto da Rua Halfeld, no Centro da Cidade.
Fonte: Site da Rádio Catedral de JF